História e Origens
O topónimo “Aradas” foi inicialmente “Heerada” e depois “Arada“, a que se juntou um “s” paragónico*. Muito se tem discutido quanto ao seu significado pois se, para alguns autores, “Arada” é significativo de “terras aradas“, outros defendem que “Herada“, topónimo inicial, e indicativo de “local coberto de heras“, na altura da sua denominação, o que parece prova suficiente da incultura (não total) dominante.
A antiguidade da povoação deste território é certamente muito anterior ao século XII, podendo supor-se da arqueologia das imediações que deve atingir épocas pré-romanas. Através da toponímia local pode deduzir-se como se encontrava parte do território que actualmente constitui a freguesia de Aradas, antes da nacionalidade: “Heradas“, “Cardosas“, “Amedas“, ou seja, povoada de heras, de cardos, de amieiras, ao que há a juntar o nome “villa de milho” (Milio), hoje povoação de Verdemilho (etimologia popular).
Na segunda metade do século XII, documentos da época provam que o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra possui neste lugar alguns haveres, porque em 1166 cedeu ao Conde D. Gomes Pais “de Silva”, para este lhe permitir a posse incontestada de outros lugares algures, e meio casal em Verdemilho, que pertencera a um Mendo Oséviz (Eusébiz ou Eusébio), certamente o doador ao mosteiro: “unum medium casalem quit fuit de Menendo Oseviz in villa de Milio“.
Sobre a história de “Heerada“, há a notar a posse do lugar por Diogo Mendes que, em 1181 o doou, com a sua igreja de S. Pedro, ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Devido a esta doação, o senhorio era dos crúzios, representado não pelo Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, mas pelo convento da Serra do Pilar (Vila Nova de Gaia), filial do primeiro, tendo o vigário a renda anual de 150 mil reis. Já foi Vila e Concelho, e pertenceu á comarca de Esgueira e ao Bispo de Coimbra. Só posteriormente passou para Aveiro.
Aradas é uma das sete freguesias urbanas da cidade de Aveiro. Dista da sede concelhia aproximadamente três quilómetros e está limitada pelas suas congéneres de Glória, S. Bernardo e Oliveirinha, do concelho de Aveiro, e pela freguesia de Ílhavo (S. Salvador), do concelho com o mesmo nome. Fazem parte da freguesia os lugares de Aradas, Verdemilho, Bonsucesso e Quinta do Picado.
Datas relevantes:
1131 (Março) – Época de D. Afonso I, “Jacob Mendes”, doou em testamento ao mosteiro de S.ta Cruz de Coimbra, Aradas;
1181 (Agosto) – Os Crúzios de Coimbra, tornam Aradas Concelho, através da concessão de Foral; Verdemilho, Bonsucesso e Quinta do Picado pertenciam ao Concelho de Ílhavo;
1700 – Aradas, passou a pertencer ao Mosteiro da Serra do Pilar, juntamente com os Casais de Ílhavo;
1836 (6 de Novembro) – Aradas, foi suprimida como Concelho e incorporada no Concelho de Aveiro, juntamente com Verdemilho, Bonsucesso e Quinta do Picado;
1973 – Em 26 de Abril de 1973, com a promulgação do decreto n.º 215/73, publicado no Diário do Governo, I Série, nº110, de 10 de Maio de 1973, que fixou obrigatoriamente o nome “Aradas”, tanto para a freguesia como para o lugar que dela faz parte.